sábado, 5 de maio de 2018

Cartaz para a exposição CHAOS ZEN - A Coroa do Rei é de Lata



Abertura dia 10/05/2018 às 20h
Scar -  Jaraguá do Sul
Visitação: 11/05 à 19/05
das 15:00 às 20:00h




Nome da Exposição: “CHAOS ZEN – A Coroa do Rei é de Lata”


Nesta exposição; “CHAOS ZEN – A Coroa do Rei é de Lata”, o título trata de uma referência às dualidades que são muito presentes em minhas obras; CHAOS= confusão, desordem. ZEN= sobriedade, equilíbrio: cuja a somatória de ambas, gera uma nova palavra “CAUSEM” – (de causar...) ou seja, a idéia é tirar o indivíduo do lugar comum e afastá-lo da sua zona de confortismo. Ao induzir o espectador a adentrar no campo das inquietudes, sem a habitual proteção da armadura mental que utilizamos no nosso dia a dia, tendemos a analisar os fatos de uma maneira mais profunda. Há uma frase do Rodolfo Abrantes no disco R.A.B.T. que diz o seguinte “EU NÃO POSSO ME CONFORMAR COM ESTE NÍVEL RASO”.
Pois bem, também acredito que nosso grande problema enquanto seres humanos cientes de nossa finitude carnal é insistirmos em permanecer na superficialidade das coisas – é aí que reside a força da Arte – nas suas mais variadas formas (música, artes plásticas, artes cênicas, cinema, literatura, etc) sua capacidade transformadora de proporcionar a nós uma amplidão em todos os sentidos. Quanto ao subtítulo; “A Coroa do Rei é de Lata”, é uma crítica à falsa e pretensa postura de nossos governantes tentando nos fazer acreditar que há algum tipo de nobreza em suas atitudes, dando a entender que se preocupam com os rumos do país e também do planeta, quando na verdade tudo não passa de um grande jogo de manipulação, controle e interesses pessoais, com um único objetivo final: “O Poder Acima De Tudo”!!!
Tenho persistido em manter esta exposição ativa o maior período possível, por estar convicto dessa mesma força transformadora contida nela. Ainda mais, se levarmos em consideração o atual momento que o país vem atravessando; com tantos desmandos políticos, desrespeito ao próximo, ausência de caráter e ética, falta de segurança, perda de direitos; e principalmente, devido ao processo de idiotização patrocinado por um sistema extremamente corrupto, posto em prática através dos mais diversos meios de comunicação de massas. A ARTE em suas mais diferentes linguagens é ainda a melhor ferramenta para revertermos esse quadro de alienação coletiva.
Nesta exposição, que reúne peças produzidas entre 1997 e 2013, há uma variedade de técnicas: pintura, fotografia, colagem, apropriação de imagem, desenho, material reciclado, serigrafia, etc. E o que conecta as obras umas às outras, além do teor dos questionamentos e também das inquietudes pessoais, é o uso constante da palavra na composição delas. De uma simples palavra inserida na obra, frases, textos; tudo remete o espectador a mergulhar no universo do artista. Apesar de que não me preocupo com a idéia de ser ou não artista...
“Sou apenas um cara que movido pelas inquietações se permitiu a dar um passo em direção ao desconhecido...”


domingo, 29 de setembro de 2013

domingo, 12 de setembro de 2010

TEMPER/ATURA: ACIMA DOS 40 É DIFÍCIL SUPORTAR...(e o pingüim parece tranquilo?!) 2010


Esmalte sintético, spray s/ vidro 62 x 47,5

ERRES - SÓ ASSIM PODERÁS CONHECER-TE! 2007


Desenho c/ pasta relevo vitral, fita rotex c/ caracteres gravados s/ espelho c/ adesivo 22,8 x 15,6

domingo, 29 de agosto de 2010

Partindo de um ponto mais elevado, fui tolo ao imaginar que você pudesse retornar em sentido contrário, até o início de tudo, e compreender as conexões as quais eu pertenço, ou então ao menos, procurar entender a linguagem do meu tempo; mesmo que para você seja impossível acreditar que homens tidos como primitivos possam ter chegado até aqui. 2002 / 2009

Desenho, pintura, reprografia em papel, aplicação de materiais s/ duratex 37,5 x 26,2

ERGUER OS VÉUS... (Parte I e II) 2002 / 2009


Raspagem, fotografia, reprografia em papel, aplicação de materiais s/duratex 29,8 x 21

A DOR QUE TRAGO EM MEU PEITO 2000 / 2009

Desenho, pintura, colagem, técnicas diversas s/ papel 40,5 x 40,5

As três obras citadas acima, são fragmentos que foram retirados de outros quadros mas que agora ganham novas releituras; seja através de intervenções sutis, novos contornos sugerindo uma continuidade da obra ou então distorções alterando a forma original do desenho agora acrescidas de outros materiais. Já os títulos: - podem sugerir tanto reflexões mais amplas quanto sua proposta inicial (VOCÊ É CAPAZ DE CAVALGAR CAVALOS SELVAGENS?); - reforçar o sentido de algumas palavras extraídas intencionalmente de um contexto cujo impacto reside nas inúmeras possibilidades de interpretação das mesmas (AINDA QUE FRAGMENTADAS É ATRAVÉS DAS IMAGENS DO PASSADO QUE APRENDEMOS A ERGUER OS VÉUS QUE NOS REVELAM SEGREDOS ALÉM DESSA ESTUPIDEZ MECANIZADA. PAZ TECHNICOLOR???); - ou até mesmo uma representação fiel, ainda que de um detalhe retirado de um conjunto de idéias, mas que pela força da própria mensagem ali contida não deveria cair no esquecimento, principalmente das ditas autoridades que detém os mecanismos necessários para senão corrigir; ao menos amenizar o sofrimento das vítimas de um processo desumano e que foram obrigadas a viver em condições extremamente precárias (E NOSSOS (?) ÍNDIOS; ONDE ESTÃO OS VERDADEIROS DONOS DESTAS TERRAS?).

OBS: Todos os títulos aqui citados pertencem as obras originais, as quais inspiraram estas novas releituras aqui propostas. Uma prática já adotada em outras oportunidades e que possibilita utilizar estes mesmos elementos em diferentes situações; permitindo ao espectador exercitar de maneira ainda mais intensa suas impressões sobre uma arte livre de amarras e que vai em sentido contrário aos mecanismos impostos por um sistema seletivo que tenta impedir a manifestação espontânea de artistas que vêem na Arte um veículo de “transformação”.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

COLOSS US - NA LONA OUTRA VEZ...2006


Spray, raspagem, colagem s/ vidro 39 x 29

terça-feira, 17 de agosto de 2010

PELE (Parte I) / CARNE (Parte II) 2005


Desenho, pintura, colagem, aplicação de caracteres a seco s/ papel cartão 20,5 x 20,5 / 19,5 x 11,5

QUEDAR – A PRIMEIRA CÉLULA! APÓS A QUEDA, A DIFICULDADE DE SE LOCOMOVER... 2006


Pintura, aplicação de caracteres a seco, colagem s/ papel 46,5 x 30,5

domingo, 15 de agosto de 2010

Sobre a fertilidade e a diversidade existente onde habitam as criaturas submersas. (ou) Para alguns as mãos são o consolo. 2006


Pintura, aquarela, técnicas diversas s/ papelão 75 x 64
Muitas coisas nos chegam do além-mar; entre as mais tristes, notícias de meninas impedidas de crescerem. (ou) Os inventores da bússola perderam o rumo 2006

Pintura e colagens s/ cartolina 62,5 x 41

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O SINO - PARTE UM? 2006


Colagem e lâmina plástica s/ papel 29,7 x 21,5
Ambos os quadros (O SINO – PARTE UM? / ...PARTE DOIS?) são fragmentos originais que foram depois utilizados em uma outra obra. Esta pertence agora ao amigo Roginho, que acredito eu presenteou sua amada. Vejo nela uma relação com meu passado de fanzineiro, afinal trata-se de uma doce colagem inspirada nos velhos tempos da imprensa marginal. Quanto ao conteúdo não preciso dizer nada, a imagem fala por si só.

terça-feira, 22 de junho de 2010

O SINO - PARTE DOIS? 2006


Desenho & Pintura em papel afixado s/ vidro 26,5 x 23

...Da Árvore da Vida, do Magnetismo, da Entrega, da Simbiose Natural, da União entre os Seres... 2010


Pintura s/ vidro 76,7 x 45,2
Este quadro, eu fiz especialmente para os amigos Adriano e Mirian, agora recém casados; e apesar de seguir uma linha instintiva como a maioria de minhas obras, traz em si a questão da cumplicidade e do exercício constante de se conviver a dois. Um tema que confesso ser muito presente em minhas entregas pictóricas, pois o AMOR ainda é o estado mais elevado que podemos atingir ao sentirmos a necessidade de compartilhar sentimentos de profundo afeto por outros seres, o que nos aproxima definitivamente da parcela divina que há em nós.Transcendendo inclusive o campo da matéria, pois não se trata apenas de fenômenos cerebrais (como quer nos convencer a ciência); mas sim, de alimento para o espírito.



Ás vezes eu me pergunto o quanto há de mim,
nas formas que brotam de minhas cansadas mãos???!!!


Saber Amar

A crueldade de que se é capaz
Deixar pra trás os corações partidos
Contra as armas do ciúme tão mortais
A submissão às vezes é um abrigo /
Há quem não veja a onda onde ela está
E nada contra o rio
Todas as formas de se controlar alguém
Só trazem um amor vazio /
O amor te escapa entre os dedos
E o tempo escorre pelas mãos
O sol já vai se pôr no mar /
Saber amar,
É saber deixar alguém te amar

OBS: Letra de Herbert Vianna e regravada por PENÉLOPE – Rock, Meu Amor (CD - Som Livre 2003). Um disco tributo ao sentimento mais puro que nasce em nossos corações e uma trilha sonora indispensável para se ouvir a dois. Experimente!!!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Beije as asas dos anjos / Um tiro em quem atirou? 2005


Pintura s/ painel de duratex 20,8 x 15,8 x 2
O título desta obra foi retirado da música "Pagode do Revoltado" da banda DAZARANHA - Tribo da Lua (CD - Atração Fonográfica 1998). Grupo formado na ilha (Florianópolis); está na ativa desde 1992 e é sem dúvida uma das grandes bandas catarinenses (assim como tantas outras) que merecem um reconhecimento ainda maior pela qualidade do seu trabalho. Mesclam o som de violino com maestria única; fundem reggae, rock, samba, balada, surf music (laços c/ o mar) com uma linguagem com sotaque açoriano que dá um sabor especial à suas composições. Na minha sincera opinão "o DAZARANHA está para a música, assim como FRANKLIN CASCAES (artista e escritor) está para a arte ilhéu" e quando o tema é o quintal de casa, falam para o universo cultural de quem tem sede de saber!
Oi, dá-lhe um tapa no tambor do bruxo, / Qual será o bruxo que você vai ser / Oi, dá-lhe um tapa que eu beijo a tua mão / Sete bruxos dando tapa no tambor de Conceição
OBS: Trecho de "Barco Pesqueiro"
Capa CD - Dazaranha
Foto + ilustração - Franklin Cascaes
Pagode do Revoltado
Meu bem, veja que o futuro já chegou
A máquina não pode mais parar
Pra mim você pirou
Sinta a cidade doente
Gente sem dente comendo cano quente
Pra mim você pirou
Beije as asas dos anjos
Um tiro em quem atirou?
Pra mim você pirou
Traga um copo d'água...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

A vaidade de Narciso o impediu de ouvir com atenção o canto de um cisne que habitava o mesmo Lago onde ia todos os dias contemplar aquilo que compreendia por beleza! Mal sabia ele, que por acolher tão encantadora criatura; o belo era o próprio Lago - 1996

Pintura s/ madeira 83 x 39,5

Pior Do Que A Perda; É Não Encontrar-se 1999


Pintura s/ painel de madeira 30,3 x 22,8 x 5

Dias Inexistentes Que Antecederam A Criação... 1999


Pintura s/ madeira 64,3 x 39,3

segunda-feira, 7 de junho de 2010

PORTA PARA O INFINITO 1998


Pintura s/ couro sintético 59,8 x 49,8
A idéia da finitude carnal sempre me perseguiu, daí a busca incessante em adentrar no mundo interior através de práticas, que mesmo aqui descritas à luz da razão – afinal todo conhecimento reproduzido na forma verbal exige o exercício do raciocínio – pudessem ampliar nossa percepção em relação a este(s) universo(s) paralelo(s). A entrega solitária necessária ao processo criativo pode nos oferecer pistas de um caminho possível. Novamente verbalizando; a palavra TRANSE seria a mais próxima para tentar descrever um sentido para o termo Ferramenta do Desconhecido.


Como desvendara os mistérios sombrios
Da finitude carnal/
"Esta noite ela vem..."
Como ascendera às alturas noctígenas,
Cortando o próprio pulso/
"Esta noite ela vem..."
Como escondera seus erros de vida
Na escuridão, na "anti-existência"/
"Esta noite ela vem..."

Trecho da música "O ÚLTIMO DESÍGNIO" da extinta banda paulista (Sorocaba) VZYADOQ MOE - O Ápice, LP lançado em 1988 pela Wop Bop Discos e relançado em CD 2001 pela Gorila Record. Com um nome inspirado em práticas Dadaístas e letras que mais lembram poemas, o caldeirão dos caras tem ingredientes pra lá de especiais: expressinismo arcaico + Clarice Lispector + Augusto dos Anjos + Nelson Cavaquinho + primitivismo. O "Faça Você Mesmo" levado as últimas consequências... Algo que você deveria conhecer...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

(O INFINITO) - O CAMINHO PARA... 2000


Pintura s/ duratex 104,8 x 97,3


Finalizado em 2000, este quadro foi exposto pela primeira vez na 1ª Exposição Individual “MAR DE SONHOS – ABISMOS / RECIFES / ILHAS na SCAR – Sociedade Cultura Artística (jul 2001) em Jaraguá do Sul, em três das quatro edições da 2ª Exposição Individual “ENTRE O ESPÍRITO E A RAZÃO...” (fev/ago 2003) e também numa coletiva de artistas catarinenses intitulada “SARAU DE NATAL – VALES DAS ARTES” no Gabinete Brasileiro de Arte (dez 2002) em Blumenau, onde aconteceu uma situação muito louca. O evento foi organizado num antigo e retirado casarão localizado no meio da mata em um dos morros da cidade. Nos meses seguintes já em 2003 tentei em vão contactar os organizadores do evento pra saber sobre o término da exposição. Como não obtive êxito já que os donos do local (dois figuras) haviam sumido e ninguém sabia o paradeiro dos mesmos, resolvi ir pessoalmente saber sobre minhas obras. Um amigo topou me dar uma carona e chegando lá o local havia sido arrombado; roupas espalhadas por todo lado inclusive fora da casa, um bilhete datado deixado por amigos debaixo de uma garrafa de coca dizendo que estiveram lá e não encontraram ninguém, torneira aberta, comida mofando em uma panela em cima do fogão e tudo virado de pernas pro ar. Entrei por uma janela aberta na lateral da casa e confesso que fiquei assustado com o cenário, mas pra minha grata surpresa encontrei meus quadros já embrulhados numa das salas da galeria. Achei uma caneta e deixei um bilhete dando satisfação no verso de uma das fotos que haviam sido tiradas no dia da abertura e que trouxera comigo com intuito de entregar aos proprietários do local. Peguei minhas obras e quando passei a primeira delas pela janela para o Otoniel (amigo também é para essas coisas) um alarme ou sirene (sei lá) disparou lá no início da subida do morro; pensei comigo mesmo “agora fodeu” só faltava aparecer a polícia ou alguma empresa de segurança achando que arrombamos o local. Mas mesmo assim continuamos com o resgate das obras; a sirene ou alarme silenciou e não apareceu ninguém, apesar do susto voltei aliviado para casa e dei um toque para o pessoal de Blumenau que estava expondo no local. Algumas semanas depois fui saber que eles haviam saído de férias (diz a lenda, num lugar secreto / coisa de maluco né!?) e nesse meio tempo o espaço fôra invadido. Quando retornaram à Blumenau um deles me ligou após encontrar meu bilhete, agradeceu as fotos e me perguntou diversas vezes se no dia que levei meus quadros eu havia visto algumas cantoneiras de papelão dentro da casa?!
Obviamente em meio aquele caos nem deu tempo para reparar em detalhes, já que tudo estava uma zona; mas até hoje permanece em minha mente o “mistério”; afinal o que havia naquelas cantoneiras??? Só tenho a agradecer ao meu grande amigo Otoniel pela carona e por se meter nessa “quase roubada” comigo. Valeu Oto!!!

No texto abaixo, numa tentativa poética onde a palavra nasce do desejo (desnecessário?!) de ir além dos limites pictóricos lembrei-me de uma citação (que tomei conhecimento através do artigo “A Palavra Subjacente Á Imagem” redigido pela grande amiga Kaethlin Tatiane Mendes referente a uma de minhas obras intitulada “LIBERDADE”) de Barthes¹; diz que “a imagem já não ilustra a palavra; é a palavra que, estruturalmente, é parasita da imagem”. Sem medo de expor-se estamos sujeitos a incompreensão & entendimento, ao erro & acerto... por isso lembrando o saudoso Chico Science² que numa de suas músicas mais marcantes já dizia: “Que eu me organizando posso desorganizar / Que eu desorganizando posso me organizar”
____________________________
¹Barthes, Roland, - O óbvio e o obtuso: ensaios críticos III? tradução de Lea Novaes – Rio de Janeiro: Nova Fronteira 1990 p.20
² Chico Science & Nação Zumbi – Da lama ao caos: música homônima. Lp / K7 / CD Chaos – Sony Music Entertainment (Brasil)



(O INFINITO) – O CAMINHO PARA ...

Verdadeiros anseios, verdadeiros desejos,
Verdadeira necessidade de tornar-se lúcido;
límpido como a água que brota da fonte.
A fonte do saber, do sentir, do sonhar...
Mas tão astuto adversário,o inimigo da alma.
A criatura das sombras que aprisiona
o espírito e nos rouba a coragem de lutar.
Se me afasto é porque sinto-me fraco.
As vezes só, as vezes louco, as vezes eu...
Tentar reencontrar dentro de mim
o fio condutor que me alimenta de luz;
tantas pedras em meu caminho,tanta dor em meu caminhar.
Sonhos repletos de segredos.
Mensagens que temo não conseguir decifrar jamais.
“Homem Vermelho em forma de Vulcão!”
Aquele que fôra escolhido como o guardião
do labirinto terrestre e cujos enigmas
lhe assaltam a mente fazendo-o chorar.
Não apenas lágrimas de tão intenso rubro
como pétalas de rosas, mas lágrimas de um misterioso sonhar.
Assim como orvalho se faz presente
nos jardins de um gracioso Deus, também
em mim o orvalho sagrado tornou-se dádiva.
Talvez não seja eu merecedor
dos desígnios do Pai, mas mesmo que
pesado fardo à mim designado,não ouso traí-lo jamais.
Reconheço dentro de um corpo cansado a fraqueza de meus atos
e a tristeza de meu coração.
Isto sem mencionar a angústia
de absorver todas enfermidades do mundo.
A luz do sol,cujo fundo azul que a ostenta
agora não mais me permite
ser digno de sua confiança;
pois em minha incansável busca
encontrei outros seres repletos de
uma luminosidade envolvente e acolhedora.
Mas com minha ingenuidade e incapacidade
de manter-me em freqüente contato com
tão nobres criaturas, acabei por isolar-me
da dolorosa realidade cotidiana que nos cerca;
restringindo assim minha presença física
a apenas alguns destes cativantes seres.
“Fugas e encontros dentro de meu próprio eu;
Luz e trevas em minhas mãos;
O peso da idade no decorrer dos dias;
Meus anos vividos, aprisionados nas várias camadas
das circunferências do sol...”
“No mundo dos sonhos
onde a escuridão é refletida pelo calor
do dia que se passou,
números albinos como símbolos de fé
escondem esta aflição cujo olfato é o amor.
A “fé” encarcerada pelo sopro
invisível das linhas da lua...”
- A luz de ambos refletidas no mar...
- As artérias de uma floresta que pulsa...
- Um coração que sangra...
- A serpente silenciosa que espreita...
- Um amor que habita além do seu veneno...
Abaixo de meus pés cujo maior desejo
é caminhar sobre as águas;
Um número finito de vidas (formas, cores, raças, crenças)
Que passam diante do reflexo celeste
sem sentirem-se parte dele...
Apenas navegam sem rumo
detidos por sua própria insensatez.
Entre eles,quase que imperceptíveis
aos olhos humanos por seu aparente e insignificante aspecto
(o ato de não concordar com os rumos das humanidade)
os pequenos em aparências
mas grandes em afinidades do espírito,
unem suas últimas forças para sobreviverem
entre os selvagens cujos únicos objetivos são:
Aceitar... concordar... submeter... enquanto carne!!!
E depois???
O que se esconde acima disso???
O que nos aguarda além do nosso insignificante raciocínio concreto???
Uma criança sonha, um jovem sangra,
um homem chora, um ancião aguarda...
“O semblante definido pelas pontas
da cruz que seu filho carregou
em seus próprios ombros para salvar-nos!”
Como pássaro, voar pela imensidão
do infinito céu com o símbolo da verdadeira fé
representada em minhas asas...
Como peixe, desvendar o mais profundo
dos abismos onde a escuridão e eterna,
tendo como guia o reflexo de sua própria luz divina;
ainda que esta esteja tão distante
das profundezas longínquas em que me encontro...
Ao desvendar o Amor, o Pássaro
reconhece a imagem de seu guia;
Mas para o Peixe seu “guia”
é o seu coração, e o desafio de sua jornada
é uma luta sem fim...(O INFINITO)
- O CAMINHO PARA...

Obs: Texto publicado no Split–Zine “quasecômodo” – nº00001 / Charles Klitzke
“Distorção Alternativa” – nº26 / dez 2001 pgs. 6 e 7 / Dietmar Hille (Tito)